Uma carta para ti, caro blog. 2#

15:22:00


Querido Blog,
Uma marcha algo apressada ouve-se a embater contra o passeio. Os pássaros cantam, o vento sopra e os arbusto dançam valsas com as flores alegres e vistosas.. Bom dia, minha Primavera chuvosa mas quente. Tudo aqui é sinónimo de felicidade, de positividade. Mas parece-me que, mais uma vez, me diferencio de tudo o resto. Meu caro amigo, eu hoje irei escrever-te directamente a ti e só a ti, e faremos disto o nosso segredo. Deixa-me contar-te uma história, algo diferente mas que na verdade nos toca a todos. Vou falar sobre o amor, sobre o meu amor. Sabes todos os textos que eu te costumava escrever? Não tenho mais inspiração para o fazer, então aprendi a refugiar-me nas cartas porque, tu sim, ouves-me e percebes-me em silêncio, sem criticares ou julgar qualquer decisão que eu tome. Retomando à história... É sobre uma jovem que, tragicamente, se voltou a apaixonar. E, desta vez, foi diferente. O porquê de ser diferente? Talvez porque ela se deixou envolver demasiado, talvez por ultrapassar os limites da realidade, por ser o sonho de muitas e, acima de tudo, ser para lá de sentido e verdadeiro.
- Sinto saudades, saudades de ele ser meu. Estou tão vazia meu caro blog, tão vazia... Ele não me completa, não. Ele é mais. Ele é demais. Ele é tanto, que me ocupa inteira. Que me transborda. Que me torna dele. Ele. Nós. Éramos um só, algo que deixou de existir. Se sinto saudades? Falta de o ter a meu lado? Todos os segundos de todos os meus dias. Hoje fazíamos anos, se existisse-mos. Sou Inês, sou o homem que amo. Eu não o esquecerei, não sou forte a esse ponto. Tenho saudades dele e cada aperto vai-me matando dia após dia, matando de desgosto. Queria tanto acordar com um "Amo-te" dele, queria tanto que me voltassem a fazer sorrir, só mais uma vez. É pedir demasiado, pedir para ser amada de longe, pedir ao imprevisível destino que nos volte a juntar. Mas eu não tenho forças, não passo de mais nada sem serem estas simples palavras e pedidos, orações. Eu oro para o ter junto a mim, para que me volte a fazer sentir a transbordar por dentro. Sem ele? Sinto-me vitima de dislexia, pois desoriento-me não só nas palavras mas também nas decisões que tenho tomado ao longo deste infinito percurso sem ele. Terei de aprender a viver, como se nunca o tivesse feito. Tu eras o meu tudo e agora? Agora eu sou nada. A sua voz doce, o seu beijo doce, o seu calor doce.. É, acho que começava a ficar diabética. Alimentava a minha felicidade a acredita que agora me sinto mais perdida do que nunca. Estas palavras, nenhuma dela faz sentido, mas estão todas tão ligadas para lá de gramaticalmente. Oh meu caro blog, se tu pudesses sentir um pouco do que eu tenho sentido, serias todo a preto branco.. Pois cor é sinónimo de alegria, alegria é sinónimo de Primavera.. Meu deus, como eu me sinto fora de estação neste momento. 

Peço desculpa Blog, por me deixar ir abaixo, por deixar que me furtem lágrimas tão facilmente. Mas, as forças esgotam-se.. E, quando isso acontece, só estás cá tu para me ouvires. Amo-o, amo-o mil. E agora? Eu vou dormir e, antes de adormecer, imaginá-lo a meu lado na esperança de acordar num Mundo em que são os meus melhores sonhos que se tornam realidade e, não os meus piores pesadelos, em que quem mais eu amo está longe de mim.

Um beijo, Inês Agostinho.


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