Uma carta para ti, caro blog. #6

15:36:00


Querido Blog,
Uma boa noite, blog. Noite de calma, serenidade, cansaço. Uma noite de solidão, de embalo. Escura, negra. Fria, quente. Triste, mas sem lágrimas. Hoje o Céu está calmo, apesar de toda atmosfera permanecer corroída por almas estridentes mas mudas, negras cor de corvo a tentar penetrar algo conhecido como impenetrável. Gosto de contradições, ironias. Esta carta não apresenta nenhum assunto diferente, nenhum sentimento desconhecido. Talvez para ele seja, mas não para ti. É estranho o meu blog conhecer-me melhor e mais profundamente do que as pessoas que me são mais próximas. Acho que deixei de confiar nelas, nas pessoas, em todas elas. Talvez seja pela insegurança, ou pela confiança em demasia. Sabes que mais? É algo que não me importa muito, tenho-te a ti, que me compreendes melhor do que eles todos juntos. És pedaços de mim, os meus pedaços mais profundos e sinceros. E, como sempre, volto-te a falar daquilo que mais me tem incomodado nos últimos meses. Volto-te a falar de alguém por quem eu tenho um enorme carinho. Por quem sinto uma atracção que nunca no passado tivera sentido por ninguém. Gostava que ele desaparece-se como as letras que, escritas na areia molhada da praia, o mar leva e não trás mais. Mas ele não vai, nem o mar o quer. Nem o vento, ou as nuvens. O céu, ou a terra. Só eu. Só eu o desejo acima de qualquer ambição ou sonho. Acima de qualquer ser humano, ser animal. Momentos intensos, que só nós sentimos e vivemos. Beijos, abraços. Carinhos e afectos. Algo a 2, que se resumiu a 1 pessoa que sozinha simplesmente não consegue. Preciso dele a meu lado, para juntos percorremos um caminho que já fora antes percorrido. Pena nunca termos acabado o nosso percurso, talvez um dia ainda venhamos a descobrir o desconhecido. Um dia saberás metade, metade do que eu te amo... E, quando esse dia chegar, vais perceber o quanto me doí não te ter aqui. O teu cheiro, o teu doce cheiro. E as lágrimas vão caindo, tentando-me limpar a alma... E o meu espírito permanece livre, mas preso ao passado. Porque ele não quer ir, deixar-me. Porque o sentimento é cruel, e gosta de me corroer o peito.. Porque amor rima com Dor, Paixão com Não. Negativa. Sinto-me Negativa em relação a tudo o que tenha haver contigo. Porquê? Porque a esperança é a última a morrer, e "nós" já morremos há tanto tempo... Porque sinto a minha alma doente, em baixo. E os grandes sorrisos que eu mando? São máscaras para que ninguém perceba o quanto tu ainda me afectas. E quando o teu nome é dito e se faz silêncio? Quando todas as desprezáveis pessoas presentes teimam em fixar o olhar em mim para verem reacções? Esses são os momentos em que me sinto a pessoa mais forte do Mundo, por conseguir esconder as lágrimas, algo evidente. E quando te vejo partir, em rumo ao horizonte, enquanto eu fico no cais, sozinha e esperançosa, sentada à espera do teu regresso?! Tu não sentes nada disto, nem nunca vais sentir. Tu não sabes o que é amar. Mas eu sei, apreendi-o da pior maneira de todas. Eu sei o que é mergulhar no desespero de te ter de volta, passar noites e noites em claro, chorar rios de lágrimas... 
Blog, hoje deixo-te assim. Confuso, como sempre. Melancólico, como é de esperar. E, infelizmente, a conhecer mais um bocadinho de uma rapariga que tragicamente se apaixonou.

Um beijo, Inês Agostinho.

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